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Dia Internacional da Mulher, instituído pela ONU, completa 46 anos de luta e conquistas

A pandemia tornou impossível realizar atos de rua, como os que o SIndisindi/RS realizou ao longo de sua história. Porém essa data continua a ser de extrema importância para as lutas populares. Este ano, a oficialização do Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU) completa 46 anos. Apesar do comércio ter relacionado o 8 de março à venda de presentes e promoções para mulheres, a data foi instituída em 1975 para lembrar a luta e conquistas por igualdade das mulheres no mundo todo.

O ano de 1975 foi denominado o “Ano Internacional da Mulher”. Naquele mesmo ano, aconteceu a Primeira Conferência Mundial da Mulher com o lema “Igualdade, Desenvolvimento e Paz”, no México, e os próximos 10 anos foram intitulados como a Década da Mulher.

Hoje, o mês de março é marcado por manifestações contra a violência contra mulher e desigualdades no mercado de trabalho, meio acadêmico, dentro de casa e na política. Entretanto, as reivindicações pelos direitos das mulheres se iniciaram bem antes de se institucionalizar uma data.

Entretanto, a luta feminina por igualdade de direitos começou bem antes da institucionalização da data em 1975. Confira um pouco do histórico de reivindicações das mulheres!

Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã

A Revolução Francesa marca a queda do Absolutismo e início da luta pela democracia sob os princípios de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. A revolução dá origem ao documento “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão” que afirma que todos os homens são iguais e inspira a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.

No entanto, a igualdade de direitos se estendeu somente aos homens, como consta no título do documento. A “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, escrita pela ativista Olympe de Gouges em 1791, que pedia a igualdade política, social e jurídica, não foi aprovado e sua autora, executada.

Mulheres no movimento operário e socialista

Décadas mais tarde, a Revolução Industrial marca a inserção de milhares de mulheres no mercado de trabalho. Porém, nas fábricas, além de serem submetidas a péssimas condições de trabalho, as mulheres também recebiam menores salários.

Diante da exploração nas fábricas e inspirados por ideias socialistas, logo surgem os primeiros movimentos operários por melhores condições de trabalho. Na luta operária, a participação e reivindicações das mulheres começam a ganhar destaque. Além do machismo e repressão, elas também sofriam com assédios morais e violências sexuais.

No ano seguinte, a Segunda Conferência de Mulheres da Internacional Socialista, a líder socialista alemã Clara Zetkin sugeriu a celebração do Dia Internacional da Mulher anualmente.

Já em 1917 na Rússia, o dia 8 de março (23 de fevereiro, no calendário gregoriano) foi marcado por protestos de operárias contra a fome e crise causadas pela participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial. As manifestações pela saída da guerra deram origem a Revolução Russa no mesmo ano. Depois da revolução, a data foi oficializada como o Dia da Mulher Heroica e Trabalhadora.

As sufragistas

Um dos episódios mais famosos que marcam a precariedade do trabalho e compõem o imaginário coletivo sobre a luta das mulheres é o incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist em Nova Iorque em março de 1911, tragédia que vitimou 129 mulheres e 23 homens.

Nos Estados Unidos, o Partido Socialista da América organizou um Dia da Mulher com manifestações por Nova Iorque, em 20 de fevereiro de 1909, pela igualdade de direitos e voto feminino. Em 1913, milhares de mulheres sufragistas marcharam na capital Washington pelo direito ao voto.

As reivindicações das mulheres por direitos iguais, sufrágio feminino (voto feminino), mais oportunidades e liberdade foi ganhando força. Na década de 1960, o movimento lutou pela ampliação de direitos legais e sociais, abordando temas como família, direitos reprodutivos, sexualidade e mercado de trabalho.

No Brasil, uma das pioneiras pela luta de direitos das mulheres é a educadora Nísia Floresta. Na década de 1920, as reivindicações incluíam direito ao voto, a educação e emancipação feminina.

Após décadas de lutas, muitos direitos já foram conquistados. O direito ao voto feminino, por exemplo, veio quase 100 anos depois da Revolução Francesa, na Nova Zelândia, em 1932 no Brasil e hoje está presente, praticamente, em todos os países países.

Feminismo no século XXI

Ainda hoje, equidade - igualdade de oportunidades - ainda não foi alcançada. As reivindicações do movimento feminista incluem fim da violência contra mulher, mais igualdade no mercado de trabalho e mais representatividade política.

Atualmente, os grupos de luta pelas mulheres têm várias vertentes, como o feminismo negro, liberal, marxista, radical e interseccional. A segmentação leva em conta que mulheres de diferentes condições financeiras, sociais, etnias e culturas têm diferentes necessidades.