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Artigo: Bolsonaro e a galinha pós-moderna

Por Leandro Dóro, diretor de comunicação

No filme O Homem que Copiava, o diretor Jorge Furtado apresentada um personagem que trabalha com xerox e lê trechos desses documentos que copia. Sua leitura dos textos é entrecortada, em frases e parágrafos curtos, sem linearidade ou seja, de maneira pós-moderna ou pós-cartesiana, no sentido emulado e criticado pela Escola de Frankfurt e suas ramificações. A Escola de Frankfurt, em especial, analisou e criou teorias da comunicação e interpretações sobre a mídia, além de uma crítica ao iluminismo, como linha de pensamento.

O filme apresenta uma trama policialesca onde ao final há o assassinato de um policial com a explosão de seu apartamento. Porém, para enganar a mídia, o personagem principal - o copiador - esconde uma galinha no apartamento, que irá sobreviver a explosão. No dia seguinte a manchete não é a morte do policial, mas a galinha que sobreviveu.

O mesmo recurso é utilizado por Jair Bolsonaro em sua vida pública. Ao invés de debater seu autoritarismo, se discute o fato de ele comer pão com leite condensado e ter uma prancha na entrevista coletiva. Essa técnica, ao invés de ser improvisada, demonstra domínio profundo dos elementos pós-modernos de comunicação de massa. Você, bolsonarista, está sendo ludibriado por técnicas analisadas e previstas por uma escola alemã marxista fundada em 1924.