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Sindicatos e Centrais Sindicais realizam mobilizações contra a Reforma da Previdência

Uma série de atos públicos foram realizados nesta terça-feira, 5, como parte do Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência. Em Porto Alegre, as manifestações começaram na madrugada no aeroporto Salgado Filho, depois seguiram com concentração na Rodoviária a partir das 8h. Na sequência houve caminhada até a sede do INSS, localizada no Centro.

Os sindicatos destacam que, caso a reforma seja aprovada, estabelecendo a idade mínima de 65 anos para aposentadoria (talvez limitando a das mulheres a 62 anos) e a contribuição durante 40 anos para que o trabalhador tenha o direito a aposentadoria integral – desde que não ultrapasse o teto do Regime Geral da Previdência -, será muito difícil chegar a aposentadorias com valores próximos da remuneração final, ainda mais depois da aprovação de novas modalidades de trabalho, como a jornada intermitente, que sequer garante o recebimento de um salário mínimo integral e da consequente contribuição mínima para a Previdência. Diante disso, avaliam que muitos trabalhadores irão buscar planos privados, o que seria o objetivo do governo com a reforma. “O compromisso desse governo é acabar com a previdência pública e repassar para a privada”, diz Guiomar Vidor, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS).

Os sindicalistas presentes no ato expressaram confiança de que a reforma da Previdência ou não será votada no governo Temer ou será derrotada. “Se nós conseguimos barrar até agora, porque a gente não pode pensar que consegue, de fato, derrubar esse projeto?”, questionou Elisabete Búrigo, presidente da seção do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) na UFRGS.

Para ela, a “violenta” campanha publicitária do governo na mídia em defesa da reforma, que custou mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos só nessa ação iniciada em novembro, a pressão em cima dos prefeitos – o governo promete liberar R$ 3 bilhões caso a reforma passe – e em cima de parlamentares é um sinal de que Temer ainda não tem os votos necessários. “Eles estão tentando construir a ideia de que os servidores públicos serão atingidos e de que os servidores públicos são os privilegiados, tentando demonizá-los com isso e ampliar a base de apoio à reforma, mas não estão conseguindo”, disse.

Na mesma linha, Guiomar Vidor destaca que a campanha é baseada em mentiras, como essa de que a reforma está sendo realizada para cortar benefícios dos privilegiados, que seriam os servidores públicos. “Os privilegiados, que são deputados, senadores e militares sequer estão dentro da reforma da Previdência. Dizem que é para os servidores públicos, mas, depois de 2013, todos que ingressarem no serviço público já estão sob a nova regra [que limita as aposentadorias ao teto do Regime Geral]”, afirma.

Ele afirma ainda que, segundo números da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), o déficit da Previdência alardeado pelo governo não existe, e os rombos seriam cobertos se todos as fontes de recursos previstas na Constituição fossem destinadas para o pagamento da seguridade social e não existissem desonerações e isenções fiscais nas contribuições. Uma mesma conclusão foi apontada pela CPI da Previdência no Senado, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e relatada pelo senador Hélio José (PROS-DF), que apontaram manipulação de dados por parte do governo para aprovar a reforma.

Para Claudir Nespolo, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), o governo está perdendo a batalha de narrativas com a sociedade e é importante a realização de atos como o de hoje para manter a população alerta sobre a reforma.

O Sindisindi-RS esteve presente nas atividades desde cedo com a participação de diversos sindicatários. "Precisamos estar presentes em todas as frentes para barrar a retirada de direitos dos trabalhadores. O Sindisindi-RS continuará na luta intransigente contra essa reforma nefasta", diz o presidente do Sindisindi-RS, José Baptista da Rocha.

Fonte: Sindisindi-RS com informações do Sul21