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Homenagens e luta marcam posse da diretoria e delegados do Sindisindi/RS

Cerca de uma centena de convidados assistiram a posse da diretoria e delegados do Sindisindi/RS, gestão 2019/2022. A atividade aconteceu na noite desta sexta-feira, 23/8, na sede do Sindibancários em Porto Alegre, enquanto havia um panelaço no país contra o pronunciamento oficial do presidente Jair Bolsonaro. A posse foi um ato de resistência contra o governo federal e a prisão política de Lula. Mas também uma noite de homenagens e comemoração, com a festa 30 anos do Sindisindi/RS, sindicato criado logo após a constituição de 1988, na redemocratização.

Após a solenidade de posse, o presidente reeleito do Sindisindi/RS, Baptista Rocha, lembrou a trajetória de 30 anos do sindicato e convocou uma homenagem a ex-diretores do sindicato, entre eles Elio Braum e Remo Pires Borba. Ainda foram homenageadas as funcionárias do Sindisindi/RS, Vera Santos e Gisele Soares.  A sindicatária, Lurdinha Vieira da Cunha, veio de Minas Gerais para participar da atividade e lembrou da trajetória de luta e conquistas dos sindicatários. Além disso, houve discursos de integrantes da CUT, Intersindical, Sindipolo, entre outros.

O mestre de cerimônias e diretor, Leandro Dóro, leu um discurso de conjuntura sobre a realidade sindical do país. O texto segue na íntegra:

Há pouco mais de 500 dias, Luiz Inácio Lula da Silva saía do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista nos braços do povo para a cadeia, em Curitiba, onde está até hoje. Foi condenado em um processo irregular, hoje denunciado pelo site Intercept Brasil e inúmeros parceiros. Essa prisão é um marco essencial na ascensão do fascismo no país. Após esse fato, houve uma eleição fraudulenta do candidato Jair Messias Bolsonaro, que burlou a democracia ao não participar de debates eleitorais , utilizou-se de notícias falsas e até mesmo da fragilidade dos fiéis evangélicos para obter 56 milhões de votos. Seu governo tem a tarefa de entregar o país a outro fascista, Donald Trump, que aos poucos se apossa dos bens mais vitais a soberania nacional, como petróleo, correios e outros.

No meio sindical, vivemos um desastre inigualável. Com a Reforma Trabalhista, perdemos a Contribuição Sindical. A PEC 883, de primeiro de março de 2019, os sindicatos foram proibidos de cobrar mensalidades via débito em conta, mas somente por boleto. Isso gerou uma desidratação história do movimento sindical no país. No Sindisindi/RS, vimos nossa categoria reduzir terrivelmente. Houve até mesmo o fechamento da creche mantida pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre, entre outros horrores.

Conseguimos derrotar a MP 883, mas há outros ataques sendo gerados contra sindicatos. Entre eles, está a possível criação de um projeto de lei que reduz o número de sindicatos por uma série de peripécias e regras que atacam diretamente a organização dos trabalhadores e a capacidade da sociedade civil dialogar com o governo e os patrões.

Tal qual as criminosas queimadas na Amazônia, o sindicalismo está em chamas. Devemos reagir e somente a união entre sindicalistas, sindicatários e sociedade pode ser a solução para essa época de barbárie.

O atual governo deseja implantar uma ditadura escancarada no país, em uma velocidade avassaladora e sem qualquer escrúpulo. Em 2018, foi morta a vereadora Marielle Franco. Após mais de um ano de investigações, descobriram os assassinos. Porém o delegado que coordenou o caso foi extraditado para a Itália. Assim, ainda não sabemos quem foi o mandante da morte de Marielle. Porém sabemos que o assassino era vizinho do presidente, cujos filhos e parentes têm envolvimento explícito com as milícias cariocas.

É um tempo de horror. É um tempo de ódio. Porém, como bem analisou Alberto Fernández, candidato a presidência da Argentina, por vezes é uma armadilha responder aos debates propostos pelo presidente Jair Bolsonaro. É preciso repensar e analisar.

Hoje, enquanto acontece a posse do Sindisindi/RS, a Amazônia queima. Segundo o ex-ministro Rubens Ricúpero, o desmatamento amazônico é o pior revés na imagem do Brasil nos últimos 50 anos. É mais grave, até mesmo, que boa parte da atuação dos presidentes do período militar. Esse desastre começou com o ataque de Bolsonaro às ONGS, que também são órgãos da sociedade civil, assim como os sindicatos.

Devemos nos unir imediatamente. As diferenças políticas são de menor importância nesse momento, porque é a democracia que está sendo atacada. Toda essa destruição acontece em nome de interesses econômicos. A reforma da Previdência é um exemplo disso. Em troca do roubo da nossa aposentadoria, empresários aceitam um presidente que ataca a constituição de 1988 e idolatra torturadores e ditadores.

Somos miseráveis como nação. Enquanto não descobrirmos quem mandou matar Marielle Franco, enquanto Lula estiver preso e as instituições democráticas forem atacadas. Precisamos nos unir em um único punho e derrubar esse governo de extrema-direita no campo democrático. O fascismo não pode renascer e nem mesmo o nazismo e, para isso, precisamos de justiça. Carl Schmitt, jurista do nazismo, disse que o Fuhrer comanda o Direito. Ao que parece, no Brasil, Bolsonaro busca fazer o mesmo ao intervir nas leis e no devido processo legal com apoio de setores do judiciário. Enquanto isso, ataca negros, homossexuais, pobres e todos aqueles que não são brancos, homens, evangélicos, sulistas e ricos.

Vamos lutar, vamos pensar, vamos vencer.

Viva a organização dos trabalhadores brasileiros, sejam sindicatos, associações, cooperativas, federações e outros.

Sindisindi/RS: Nossas lutas são todas as lutas

Lula livre.

NOVA DIRETORIA

A nominata da nova diretoria e delegados sindicais é a seguinte:

Diretoria

Titulares

1 Presidente - JOSÉ BAPTISTA DA ROCHA - CPERS
2 Vice-Presidente - MARIA RACHEL CEFRIN DA SILVA - SINDIPOLO
3 Administrativo - ANA PAULA DA SILVA - Sintrajufe
4 Ad Administrativo - REJANE MARIA PEREIRA - CPERS
5 Dir Financeiro - JOÃO CARLOS NARDI PEREZ - FED MOBILIARIO
6 Ad Financeiro - ALVARO LUIS BRENDLER - OCERGS
7 Diretor de Assuntos da Educação e Política Sindical - LEANDRO MALOSI DORO - SINTRAJUFE
8 Diretor de Assuntos do Interior - ANTÔNIO CARLOS MARQUES DA SILVA - CPERS
9 Diretor dos Assuntos Sociais e Culturais - ALCIONE ROSA - Sind. Bancários POA
10 Diretor dos Assuntos Trabalhistas e Previdenciários - CLÓVIS DA COSTA HOPPE - SINTTEL
11 Diretor dos Assuntos da Divulgação - VERA LUCIA GOULART DA ROSA - SINDISERF
12 Diretor dos Assuntos do Patrimônio - GÉSSICA EDRIENE WINCK - Bancário NH

Suplentes

1 Suplentes - LÊONIO JOSE BITELO SPERAFICO - SIND RODOV POA
2 Suplentes - JOCELI APARECIDA DE QUEIROZ - Sind. Metal Caxias
3 Suplentes - RICARDO MELLO GUIMARAES - SIND. Metal POA
4 Suplentes - FÁBIO FERREIRA VICENTE - CPERS
5 Suplentes - MARISTELA DUTRA DA ROSA - SINPRO RS
6 Suplentes - ROBSON PAIM DA SILVEIRA - Sindiserv
7 Suplentes - JÚLIO CÉSAR ANGELI - Senergisul
8 Suplentes - CARLOS HENRIQUE ALVES DE OLIVEIRA - Assurgs
9 Suplentes - LOURDES ZABOT ELIAS - Sind. Metal Caxias
10 Suplentes - JOSÉ ANTONIO FRANÇA DA CUNHA - Sind. Bancários POA
11 Suplentes - VANESSA CLAUDINO - Sind. Bancários POA

Conselho Fiscal

Titulares

REGINA VIEIRA BOHN GASS - SINPRO RS
LEANDRO CORREA RODRIGUES - CPERS
NILO HAR TRINDADE - Sind Ferroviarios

Conselho Fiscal

Suplentes CF ROSANE MEDEIROS VIANA - SINDIAGUA
Suplentes CF GLACI TERESINHA DA SILVA - Sind. Correios
Suplentes CF CARLA BEATRIZ CORREA STURBELLE - SINTRAJUFE

Delegados sindicais:

SINTTEL - Fabiano Alves Godoy

CPERS - Kátia da Silva Rocha (titular) / Joana Flávia Scherer (suplente)

AACRT - Eliane Tomaz Alves

SINDIÁGUA - Paula Raquel Rodrigues Nunes

STIMMEPA - Adriana Johansson da Silva (titular)

SIMPA - Maria Aparecida Alegria Franco

 

Foto: Betina Vallandro de Azambuja