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Greve dos municipários toma as ruas e exige negociação, mas Marchezan não recebe sindicatos

A greve dos municipários de Porto Alegre e dos trabalhadores do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família (IMESF) iniciou, na manhã desta terça-feira (31), com atos na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e Hospital de Pronto Socorro (HPS). Seguiu em grande caminhada até o Paço Municipal, reunindo mais de 1.000 trabalhadores.

Em uma unidade histórica, 14 entidades de servidores estatutários e celetistas entraram em greve pelo descaso do prefeito e para exigir abertura de diálogo com Marchezan, que se recusa a receber os sindicatos e associações que defendem o serviço público, a cidade e reposição salarial.

Faz quatro meses que o Simpa entregou a pauta da Data-Base 2018 da categoria ao Executivo e nunca foi chamado para mesa de negociação. Marchezan, inclusive, desautorizou seus secretários a reunir com o Sindicato. O IPCA acumulado do período de maio/2016 a abril/2018 soma 6,85%.

 

Greve do Simpa

Há ainda uma perda histórica não negociada de 6,41% no vale alimentação. O desrespeito se completa com a confirmação do parcelamento dos salários do mês de julho, anunciado ontem pelo secretário municipal da Fazenda (SMF), Leonardo Busatto.

A greve atinge em sua maior parte os serviços da Saúde. Em recesso, trabalhadores da Educação aderiram ao movimento. A luta dos municipários continua nesta terça (1º), às 9h, com ato no Centro Modelo e caminhada até a Câmara de Vereadores para acompanhar reunião de líderes, às 11h.

Pela tarde, os trabalhadores ficam mobilizados durante a sessão plenária que votará o PLCE 07/2018, da Previdência Complementar (POAPrev), cuja discussão foi iniciada antes do recesso dos parlamentares.

 

SEM DIÁLOGO

Às 14h desta terça, os sindicatos representantes dos trabalhadores do município tentaram entregar ao prefeito Marchezan um ofício que pela abertura de mesa de negociação unificada pela data-base das categorias.

Marchezan não recebeu o documento e sequer enviou representante da gestão para receber os dirigentes, mantendo a postura do não diálogo com a cidade, com os servidores e com os movimentos.

 

TEM DINHEIRO

Marchezan fala para a sociedade e para os trabalhadores que a prefeitura está quebrada financeiramente, enquanto o Simpa já desmentiu o seu governo através de estudos do Dieese e dados do Portal de Transparência. O Simpa também denuncia a falta de transparência da gestão Marchezan, já que os fundos de recursos públicos de educação e saúde não estão sendo usados devidamente.

O Fundo Municipal de Saúde tem um orçamento em torno de R$ 220 milhões, a folha de pagamento dos servidores do setor é de R$ 41 milhões. Os salários poderiam ser pagos em dia com esses recursos. O mesmo acontece com os servidores da educação, que poderiam ter os recursos do Fundeb integralmente encaminhados para suas folhas, como é garantido por Lei.

Houve manifestações de apoio das centrais sindicais. O presidente em exercício da CUT-RS, Marizar de Melo, criticou o descaso do prefeito com os servidores e o serviço público, o que prejudica também a população e a cidade.

 

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR, NÃO!

Neste terça é dia de lotar as galerias da Câmara de Vereadores para derrotar o PLCE 07/2018, que estabelece a criação de uma Previdência Complementar, chamada de POAPrev. O projeto está previsto para ir a votação nesta quarta-feira, 1º de agosto, quando a casa retorna do recesso.

Além de prejudicar o servidor, o PL 07 é um prejuízo para os cofres públicos. A estrutura que o POAPrev prevê para assegurar seu funcionamento custará mais de R$ 3 milhões, por ano, sendo R$ 1, 276 milhões somente para o pagamento de quatro diretores-executivos indicados pelo prefeito.

O Conselho de Administração do Previmpa emitiu um parecer coletivo contrário à criação deste projeto, inclusive de suas emendas, apesar do diretor geral do Departamento ignorara sentença.

 

MEDIAÇÃO COM IMESF NO TRT-RS

Após um dia de protestos, no final da tarde, os trabalhadores do Imesf decidiram encerrar a greve, em função da realização de uma mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em que a Prefeitura se comprometeu a retirar o projeto que ameaçava acabar com uma gratificação equivalente a 10% do salário dos trabalhadores e a garantir, como cláusula pétrea do acordo coletivo com a categoria, que os salários não podem ser reduzidos.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul, Estevão Finger, destaca que a gestão municipal também se comprometeu e estabelecer, até outubro, uma negociação sobre o reajuste salarial dos trabalhadores da saúde.

 

“O acordo foi fruto do nosso movimento, desde a mobilização do dia 18 de julho até a paralisação de hoje. Mas, permanecemos em estado de greve. Caso a Prefeitura não venha a negociar em outubro ou a proposta não seja, pelo menos, a reposição da inflação, a categoria pode retomar a paralisação”, disse.

GREVE DOS MUNICIPÁRIOS CONTINUA

O diretor geral do Simpa, Alberto Terres, destacou que a greve do Simpa está mantida, visto que as negociações com as demais categorias dos municipários não avançaram. Ele afirma que, nesta quarta-feira (1º), quando a Câmara de Vereadores retoma suas atividades, o sindicato irá solicitar à Mesa Diretora da Casa e ao Colégio de Líderes que intercedam junto ao prefeito para a abertura da mesa de negociação.

Sofia Cavedon, vereadora do PT, aponta que a Câmara retoma as atividades com a apreciação e a votação do projeto a respeito da Previdência Complementar do Município, um dos projetos que é alvo de críticas pelos servidores. Ela explica que Porto Alegre já fez a sua reforma da Previdência, em 2001, quando o sistema de repartição simples, que pagava o salário integral para todos os servidores do município aposentados, foi substituído por um sistema de previdência complementar cujos recursos são geridos por um fundo de capitalização, que hoje tem cerca sete mil contribuintes e 180 aposentados.

“Agora, a proposta é de um terceiro sistema, que pode desequilibrar esse que vai muito bem e tem uma solução a médio prazo excelente, porque vai saindo todo mundo do caixa da Prefeitura. Nós achamos que é nesse que tem que apostar, e trabalhar algum mecanismo para que os servidores adiem a aposentadoria. Hoje, temos 2,3 mil servidores que podem se aposentar. Se eles não forem assediados, se não tiverem ataque à carreira, se tiverem um estímulo à permanência, ótimo, porque aí vai mais tempo contribuindo e são os servidores com maior experiência, que podem ficar até 10 anos mais”, diz a vereadora.

 

AGENDA DE GREVE – QUARTA (1º):

9h- Ato no Centro Modelo de Saúde.

10h- Caminhada até a Câmara Municipal

11h- Acompanhar a reunião do colégio de líderes.

12h- Almoço na Câmara Municipal

14h- Acompanhar a sessão plenária

Galeria de imagens do Simpa!

 

 

Fonte: CUT-RS com Simpa e Sul21